Desde a desactivação das empresas industriais no Ginjal nos anos 70, que se aguarda a requalificação deste espaço que é sem dúvida uma das zonas de maior beleza nas margens do Tejo e também de grande importância histórica e turística.
Ao longo das últimas décadas têm sido criadas expectativas aos almadenses na recuperação desta zona ribeirinha, com um enorme potencial turístico e de criação de riqueza.
Lembramo-nos os esforços desenvolvidos pela antiga presidente da Câmara Municipal de Almada Maria Emília Neto de Sousa, que na década de 80 do século passado, tendo como parceiro interessado a empresa Grão-Pará, que acabaram por se lograr, por motivos que não vamos escalpelizar nestas breves linhas.
O interesse que o local suscita tem levado ao longo dos anos investidores nacionais e internacionais a tornarem-se parte interessada na revitalização do Ginjal.
E quando pensávamos que finalmente estava tudo a andar com projectos delineados e apresentados publicamente, tivemos conhecimento que o andamento do processo estava embargado pela APL e Poder Central devido a contestarem a propriedade do espaço público à Câmara de Almada. A apresentarem recursos sobre ações que vão perdendo nos tribunais, protelando assim o andamento deste projecto de desenvolvimento de interesse local e nacional.
A realidade é que do lado oposto do rio Tejo nos Concelhos ribeirinhos, assim como vizinho Seixal houve uma modernização e uma requalificação dos espaços na margem do Tejo que trouxeram investimento, progresso, qualidade de vida, melhor aproveitamento do Turismo e criação de emprego.
Em Almada arrastamo-nos aos anos com a falta do aproveitamento das potencialidades reais que o nosso Concelho tem para proporcionar melhores condições de vida.
E quem tem uma vida mais longa apercebe-se que para lá das diferenças dos projectos políticos autárquicos, algo de mais profundo e estruturante tem de existir para impedir o desenvolvimento do nosso Concelho.
Quem sai do cacilheiro para nos visitar assim como os milhares de pessoas que transitam pelo Cais de Cacilhas têm uma visibilidade limitada de Lisboa e do rio Tejo. Para além disso quem for visitar o Ginjal, alertado pela divulgação turística é confrontado entre optar pela beleza natural do espaço e pela falta de segurança para circular, devido à ruína dos edifícios e à destruição do piso. Em breve se não existir uma intervenção para arranjo das estradas, consolidação das arribas e escoramento das ruínas dos edifícios, o espaço terá de ser encerrado à circulação e os restaurantes encerrados.
Passados mais de 50 anos é tempo de se entenderem, realizar o projecto e virar de página.
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